Assassination Tango (original
title)
John Powell - Assassin's Tango
O Tango e o Assassino - (Assassination Tango (Trailer)
Assassination Tango. Dançando Tango
Assassination Tango (4-9) Movie CLIP - Tango Lessons Tomorrow (2002)
Assassination Tango (3-9) Movie CLIP - A Tango Performance (2002)
Assassination Tango - di Robert Duvall (2002) - Trailer
Gênero: Drama
Direção: Robert Duvall
Roteiro: Robert Duvall
Elenco: James Keane, Kathy Baker, Luciana Pedraza, Robert Duvall, Ruben Blades
Produção: Rob Carliner, Robert Duvall
Fotografia: Félix Monti
Trilha Sonora: Luis Bacalov
Duração: 114 min.
Ano: 2002
País: Estados Unidos
Cor: Colorido
Entrevista:
John J. (Robert Duvall) é um assassino de
aluguel que vai realizar um trabalho na Argentina. Enquanto o general que ele
deveria matar se atrasa para retornar ao país, John passa o tempo com Manuela
(Luciana Pedraza), uma bonita dançarina que se torna sua professora e guia para
o sensual mundo do tango argentino. Enfeitiçado pelo rico e misterioso ritmo
apresentado por ela, seu idílio termina quando o real motivo de sua presença ali
começa a atormentá-lo.
Dia 4 de janeiro, primeiro domingo de
2004, feira de antiguidades de San Telmo, bairro no Centro de Buenos Aires.
Altíssima concentração de turistas: motivo suficiente para que se instale um
estreito tablado de tango na rua. Ao som de uma fita cassete, uma mulher muito
maquiada e um senhor com jeito de Casanova arriscam passos e rodopios
econômicos em troca de alguns pesos, moeda local. Falta meia hora para o
meio-dia.
De repente, chega um grupo com bacias e latões de tinta em punho. Posicionado a
pouco mais de três metros do casal, o panelaço premeditado e eficiente pede
maiores salários, mais respeito, mais dignidade. E o barulho do metal acaba
abafando o tango, enquanto o senhor com jeito de Casanova, única pessoa no
local a ignorar a intromissão, segue impassível no bailado.
Se o tango já era a arte do lamento e da romântica melancolia, a situação atual
da Argentina, o vale-tudo pelo sustento, torna a dança ainda mais triste. Mas
Robert Duvall foi seduzido por outro tango, o clássico, sensual e pomposamente
imodesto. O tango e o assassino (Assassination tango, 2002), thriller policial em que atua e dirige, não apenas
homenageia a dança pura como também exercita um estilo de filmagem que anda em
desuso, envolvente e minucioso, sem a contaminação dos cortes frenéticos e das
reviravoltas banais.
É um tipo de cinema preservado com cuidado, coisa de purista e abnegado, como a
dança que sobrevive nas tanguerias, os salões escondidos nas antigas
construções de Buenos Aires.

Austero e classudo
Duvall vive John J., um matador nova-iorquino que esconde a profissão da atual
namorada e da enteada, menina por quem tem verdadeiro apego paternal. John J.
também ama a dança. Freqüenta sempre o salão de Frankie (Frank Gio), o seu
"empresário", que repassa ao matador uma nova missão: alvejar
mortalmente um ex-general argentino. "Coisa de três dias", diz Frank.
Mas, ao desembarcar em Buenos Aires, John J. é avisado de uma mudança de
planos. Precisará ficar por duas semanas para que o assassinato aconteça sem
erros. Puto da vida com o imprevisto, John J. entra por acaso num salão de
tango - e a sua vida se transforma.
Não se trata do chamado filme de turismo. O tango e o assassino tem um roteiro muito bem
pensado, passeia pelos atrativos portenhos - o Caminito de La Boca, o
Zoológico, o cemitério da Recoleta - sem parecer publicitário demais. Além do
mais, a sua maior qualidade é a construção do suspense, que remete aos grandes
exemplares do gênero dos anos 70, como Operação França (The French Connection, de William Friedkin, 1971) e Chinatown (de Roman Polanski, 1974). Vale a pena
observar como Duvall, um ator invariavelmente sensacional, constrói o lado
humano, inofensivo, do seu matador implacável.
Mas há um problema, um pouco maior do que seria aceitável. Ao dividir a
narrativa em duas linhas de condução - os preparativos do assassinato e o
contato com o tango -, o filme não consegue conciliá-las. O desequilíbrio é
evidente na porção final da projeção: à medida que a tensão do crime aumenta, o
Duvall que se deslumbra com a dança parece, cada vez mais, com um
documentarista que apenas assiste aos depoimentos dos célebres dançarinos
locais.
Não chega a ser um anticlímax, nem a vitimar a película. Ao encerramento, fica
a lembrança de uma história muito bem contada, num cenário propício às boas
imagens. Um filme austero e classudo, bem à maneira de Duvall, bem à maneira do
tango que persiste no imaginário portenho. 08/01/2004 - 1:00 MARCELO
HESSEL


Notas e referências
https://www.cineclick.com.br/o-tango-e-o-assassino
http://www.imdb.com/title/tt0283897/?ref_=fn_al_tt_2
https://omelete.uol.com.br/filmes/criticas/o-tango-e-o-assassino/?key=2279308/01/2004 - 1:00 MARCELO HESSEL
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